E por isso, para ele “o inferno são os outros”.
Os outros, assim como eu, são livres para construir a sua essência e isso, inevitavelmente, gera conflitos que afectam a liberdade alheia. Para Sartre, a presença de uma liberdade aniquila a nossa própria.
Eles, "os outros", tiram parte de nossa autonomia. Ao mesmo tempo, é pelo olhar do outro que nos reconhecemos a nós mesmos, com erros e acertos. Já que a convivência expõe as nossas fraquezas - logo os outros são o “inferno”
Eles, "os outros", tiram parte de nossa autonomia. Ao mesmo tempo, é pelo olhar do outro que nos reconhecemos a nós mesmos, com erros e acertos. Já que a convivência expõe as nossas fraquezas - logo os outros são o “inferno”
Percebendo minimamente o conceito de Sartre, tendo o preferir "o inferno somos nós". Quando perdemos a individualidade, a capacidade de escolha, quando nos vemos num sítio onde estão outros corpos, outras vidas, onde se deixou de ter um nome, onde se prescinde da essência, e nos encontramos à deriva sem rumo para a nossa liberdade.
Para mim é esse o inferno - a anulação de si mesmo, a inibição do pensamento (que não o ruminar cíclico e circular) a perda da capacidade de liberdade e de criatividade. São esses os lugares mais escuros.
(o filosófico, porque infelizmente há muitos infernos bem reais por esse mundo fora)
Dante, perdido na floresta, de Gustave Doré (séc. XIX) |
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