Sem electricidade ligada ainda.
Dia 25 de Agosto fomos comer fora de propósito para podermos ter notícias da nossa cidade que ardia.
O centro de Lisboa em chamas.
Hoje fomos almoçar nesse mesmo local.
Um restaurante (que nem tasca chega a ser), longe do fernesim turístico, frequentado por velhos algarvios, sempre os mesmos fregueses habituais, onde sabemos haver bom peixe e umas lulas recheadas bem boas.
Na televisão passavam imagens de um país a arder. O inferno à porta de amigos e conhecidos - e de tantos desconhecidos.
Lembrei com um certo mal estar um Mail que tinha mandado esta manhã, com um assunto menor, a alguém que talvez traga o coração inquieto com as chamas devoradoras.
O fogo assusta-me!
Quase com a mesma força com que me enfeitiça.
Não consigo imaginar o horror, que me chega filtrado num vidro retangular no canto do teto de um restaurante do Barlavento - sem som, sem cheiro, sem calor...
E espero nunca experimentar esse horror...
A angústia em forma pura
O horror do indizível
A impotência perante uma força natural bruta
...
A angústia em forma pura
O horror do indizível
A impotência perante uma força natural bruta
...
e o inferno continua na sua maioria à custa de mãos criminosas!
ResponderEliminarForça mulher...tudo na vida passa, embora até passar tenhamos de pisar, trilhar sobre brasas e não só.
Beijocas