quarta-feira, novembro 01, 2017

A propósito da época


Americanices à parte (que a tradição não é equivalente à máquina economicista de uma nação que dela se apodera) saúdo a capacidade humana de recorrer à criatividade para elaborar os seus medos e superstições. Brincar com o que nos assusta é, e sempre será, uma arma indiscutível para lidar com o medo. Sejam mexicanos com festas religiosas, ou irlandeses com festas pagãs, em comum o uso da cor e da alegria, e do prazer da gula.

E não tenho mais nada a dizer!

8 comentários:

  1. Que engraçado! Nunca tinha pensado no Halloween nesta perspectiva de "espanta medos" - faz todo o sentido! :)

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  2. Até porque somos o único dos animais com o dom do riso... ;)

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  3. Não pensamos tantas vezes porque fazemos as coisas...
    Gosto de saber a origem das tradições. Levam-nos quase sempre ao cerne da natureza humana!

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  4. Até a bíblia, nos traz o riso:
    Livro dos salmos: "Então, se nos encheu de riso a boca, e a nossa língua de alegres expressões de louvor."
    (com uma pesquisazinha encontra-se tudo!)

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  5. Curioso trazeres algo desse Compêndio de Livros, pois curiosamente o riso é bastante censurado pela Bíblia... e pela religião, diga-se de passagem. Por exemplo, no Livro do Génesis, quando Deus anuncia a Abraão e a Sara que vão ser pais (com 100 e 90 anos, respectivamente), ambos se riem e Deus exaltado pergunta-lhes algo como: porque vos rides, duvidais que sou capaz de tudo?
    Creio que esta censura do riso, ganha maior simbologia quando se dá o episódio das pessoas que riem ao pé da Cruz aquando da crucificação. E não deixa de ser curioso, que a Bíblia descreva um Jesus que chora a dada altura, mas não narra uma única passagem em que se ri. Curioso.

    Desculpa a divagação ;)

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  6. (gosto de divagações)

    A religião é reflexo dos homens.
    Eu não consigo imaginar o poder da igreja num tempo em que eram os únicos detentores do saber, da escrita, dos livros, nem o poder nem as implicações, algumas delas perversas, desse monopólio sobre alguns tipos de saber.
    E com um filtro de centenas de anos não temos um acesso real ao que foi o inicio da religião que hoje é a "oficial" na parte do mundo em que os mexemos.
    Mas vamos sabendo coisas, como por exemplo que a virgindade de Maria, como dogma, só foi professada em 649 no Concilio Lateranense. Só um exemplo de como as coisas se foram transformando.
    A bíblia... os livros seleccionados para nela constar, com as inúmeras traduções que os foram desvirtuando, é, acho, uma tentativa de "albardar o burro à vontade do dono".
    Lembrei-me também do "Nome da Rosa" de Umberto Eco, e do proibido livro de Aristoteles "A poética" como elogio ao riso e à sátira,e de como a inquisição o achou perigoso...
    Temos agora um papa que ri! Que é complacente para com os prazeres. que enaltece as virtudes da indulgência, da bondade relativamente ao cesurável e ao importuno.
    Os homens precisam de uma nova igreja.
    Veremos se a igreja sobrevive às necessidade dos homens.

    (os meus amigos católicos não vão gostar nada deste meu comentário!)

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  7. Muito rapidamente, quando tens uma religião assente em dois conceitos como "culpa" e "pecado" não pode correr bem...

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  8. Todas acabam por ser, não?
    Uma sociedade para não estar assente na "moral" teria de estar assente na "ética" o que me parece ainda mais difícil!
    Não temos remédio enquanto raça!
    Fazemos o que podemos... como sabemos...

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