quinta-feira, janeiro 04, 2018

Cartas



Tinha o hábito, todos os natais, de comprar postais da Unicef e enviar aos meus amigos as boas festas, assim mesmo à antiga, escritos à mão e pelo correio. Gostava!
Depois foram trocados pelas SMS...
Tentei sempre que fosse algo escrito por mim e não um copy/paste de uma qualquer frase mais ou menos engraçada.

Este ano...
Não me apetecia. E na verdade, agora que penso nisso, também não recebi SMSs

Decidi partilhar com os meus amigos o texto que escrevi aqui "Na Grande clareira". Só o fiz depois. Nem de longe nem de perto escrevi o texto com essa intenção. E dei por mim a selecionar criteriosamente a quem queria enviar uma mensagem natalícia com um texto meu (acho que a maioria das pessoas não sabe que escrevo num blog... ou haverá as que sabem... mas não passam por aqui... ou ainda as que passam silenciosamente).
As centenas de contactos acumulados no e-mail foram reduzidas a 95.

Destes 95 responderam-me alguns.
Foi com prazer, e até com alguma surpresa que recebi algumas das respostas.
Percebi que não tinha escrito à espera de retorno. Partilhei-me apenas.

Mas sabem...
Fazem-me falta as cartas escritas à mão.
A caligrafia. A textura. As palavras escolhidas, desenhadas... o decifrar da mensagem, e o saber que aquelas palavras tinham apenas e só um destinatário.

Há tanto tempo que na caixa do correio não vem uma carta, manuscrita, com os pensamentos de alguém.

(com a honrosa excepção dos postais que os meus pais enviam aos netos quando vão de viagem para um qualquer país deste mundo)


5 comentários:

  1. Gosto tanto de escrever cartas e já não o faço há anos. Ainda vou mandando uns postais de vez em quando. Mas as novas tecnologias minaram completamente os meus hábitos de escrita manual.

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  2. Há palavras que respiram por guelras
    escritas à mão

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  3. Os tempos mudam e com isso fica a nostalgia do passado. Há muitos anos que deixei de mandar postais. Quem o fazia era a minha mãe e agora que está num lar levei-lhe a resma de postais em branco que tinha e sei que mandou alguns e teve o seu retorno, ou seja as poucas amigas responderam-lhe da mesma forma.

    Para filhos e netos já não lhe apeteceu enviar, no entanto todos os dias escreve o seu diário:)

    Beijocas e força



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  4. Já ninguém escreve cartas, mensagem palpável com uma quase vida. Já ninguém faz muita coisa, mas nunca corremos tanto como agora. Que se está passar connosco?

    Abraço

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  5. Sabem que vos digo?
    Fiquei com vontade de escrever cartas!

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