5/30 Perguntem a Sarah Gross
“Perguntem a Sarah Gross” do João Pinto Coelho
É impactante
Este deu-me um murro no estômago. Que engoli com uma mágoa que não o sendo, é minha.
Fiquei presa a ele.
A tentativa de dizer o indizível. O que não acreditaríamos ser possível se não tivesse acontecido de facto aqui mesmo ao lado.
À medida que ia lendo várias coisas me foram vindo à cabeça:
-A mestria com que o autor desenvolve duas narrativas em simultâneo em dois estilos distintos. Um mais de narrativa histórica, de uma Polónia antes do holocausto.
Outra de um romance com laivos de policial (dispensaria este rebique da história) com a escrita mais fluida e viva.
E há um momento em que as histórias se encontram - A história do ontem e do hoje num tempo sem tempo. Que não pode ser esquecido. Que precisa ser contado em primeira voz. E que escolhe qualquer veículo para ter expressão. - o talento do J P Coelho é um excelente veículo!
Tb fui pensando que este romance, tendo sido finalista dos prémios LeYa, é demasiado duro, cru, para ganhar o prémio.
E que o “loucos da rua Mazur” do mesmo autor (que ganhou o prémio leia no ano seguinte), abordando o mesmo período da história, a mesma Polónia violada e destroçada , apresentando também com muita seriedade e verdade a violência da 2.ª guerra, não o fez de forma tão desarmada e sem filtros.
É bom ler em português!
Registo a sugestão com todo o agrado.
ResponderEliminarBfds