terça-feira, fevereiro 12, 2019

Prefiro o bode!

Digam lá se não é um belo exemplar?
(Vizinho das ovelhas)

E o tão mais rico em termos simbólicos!
Bode expiatório
Bode satânico
Símbolo maçónico
Deus Pã
Signo chinês (do amor, arte, natureza)
Nome de galáxia
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Adenda:

O bode traz consigo a ideia de força genésica e vital, a libido, a fecundidade.
É um animal trágico pois deu literalmente o nome a uma forma de arte - a tragédia - que significa literalmente "canto do bode" - que era originalmente o canto com que se acompanhava ritualmente o sacrifício de um bode nas festas de Dioniso. Lembremos que Dionisio se tinha metaformizado em bode quando teve de fugir para o Egipto. No Egipto, como na Grécia eram vários os santuários erigidos ao deus cabra ou bode - Deus Pã para os Gregos. Os escravos do  templo prostituiam-se com bodes, era um rito de assimilação das forças reprodutoras da natureza, do poderoso impulso de amor pela vida.
Também na bíblia surge a figura do bode, onde aparece como sacrifício para expiar os pecados, desobediências e impurezas dos filhos de Israel.

Nada há portanto de espantoso que devido a um profundo desconhecimento do símbolo e uma perversão do sentido de instinto, se tenha feito do bode a própria imagem da luxúria - animal impuro, malcheiroso, torna-se símbolo de abominação, totalmente absorvido pela necessidade de procriar, o bode torna-se símbolo de maldição, que adquire toda a sua força na Idade média. O diabo, deus do sexo, é então apresentado sob a forma de bode..

Os tabus sexuais e os grandes medos da idade média não conseguiram no entanto eliminar completamente os aspectos positivos do símbolo, o que se torna visível em algumas tradições populares. Por ex, ele representa o animal fetiche que capta o mal e as influencias nefastas, carregando com todas as desgraças que ameaçam a aldeia. Nas ideias existe sempre um bode que desempenha um papel protector, é cuidado, e quanto mais barbudo e malcheiroso for melhor.

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E assim se emprestam uma serie de poderes, propriedades, características a um podre bode, que alheio às heranças culturais dos homens, não quer mais que viver tranquilo, e perpetuar a sua espécie.

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