Há 101 dias neste longe tão perto iniciou-se uma guerra. A imponente Rússia frente à resistente Ucrânia. Milhares de homens e mulheres que se viram obrigados a pegar em armas e a militarizarem o seu dia a dia. E os refugiados que numa torrente continua tentam escapar dos horrores terríficos e inomináveis. Ambos russos e ucranianos, soldados ou refugiados, jovens ou idosos, viram a sua existência revirada. É agora terreno fértil de medos, pesadelos, lutos, dores, angústia e morte. Não há descrição possível para a guerra. Principalmente para quem, como eu, nunca a sentiu na pele, nas entranhas, no olfacto, no paladar…
Nem creio que exista alguma guerra justa, limpa, sem “crimes de guerra”, sem ser fonte de traumas individuais e colectivos, que não se inscreva na história pessoal, nacional e universal como ensinamento de desconfiança, de desesperança, de desmembramento.
Esta guerra terá muito de semelhante a outras guerras. Tem a grande diferença de ser televisionada, uma ameaça à integridade europeia é naturalmente pornograficamente explorada. Temos histórias de dor, histórias de amor, e uma solicitação muito premente de nos posicionarmos. Toda a gente tem aparentemente uma opinião formada e não se coíbe de a partilhar.
Desde o primeiro dia o Mr Boop diz: “devia lá estar!” E…
Foi!
Que faça a diferença. Não na resolução do conflito, nem na estratégia política-militar, mas nas vidas com que se cruze, nos pequenos gestos de perícia mas também de amor com que se dedica à medicina e ao próximo.
Bem haja!
Cá o esperamos de volta
É uma atitude generosa, grandiosa e corajosa. Imagino que além de cheia de orgulho também fiques de coração nas mãos. Boa sorte!
ResponderEliminarQue volte tal como foi, mas de certo com mais experiência, mais decepcionado com os meandros dos conflitos sem razão de existir...
ResponderEliminarTomara eu e muitos como eu, brancos pretos e mestiços tivéssemos mais um Mr Boop "porque sentimos na pele, nas entranhas, no olfato, no paladar, sei a cor da fome e o dantesco ribombar, daí não gostar ainda hoje de fogo de artificio e foguetes.
ResponderEliminarUma vez por semana fazia voluntariado no hospital militar e deixei quando casei para nascer a minha filha mais velha e meia-hora depois um morteiro rebentou com uma ala do hospital...fugimos com os nossos bebés. foram dois anos e meio e se me dissessem que chegaria aos 71 anos, com duas filhas, dois genros e quatro netos eu não acreditaria.
Que todos os deuses protejam o MR Boom e tenho a certeza absoluta que virá bem e com a frase: missão cumprida.
Abraço-te como sempre te abracei nas várias "idas" que ele já fez.
Beijocas
Com a devida vénia, faço minhas as palavras da Catarina.
ResponderEliminarBeijocas