Tinham o hábito, nas noites quentes de lua nova, de se deitarem no terraço da casa algarvia.
Ali pai e filha, perdiam a noção do tempo, brincando com as constelações, e pedindo desejos às estrelas que riscavam o céu no seu derradeiro deslumbre.
Tinham um segredo os dois. Do qual nunca falavam porque é sabido que os desejos revelados nunca serão realizados.
Cumplicidade de há muito, nascida das histórias contadas ao adormecer, daquelas que convidam a sonhos, semeando esperança e abrindo janelas para mundos por descobrir.
Um dia vão encontrar uma casa na árvore, construída sobre sólidos troncos, bem alta no meio de um bosque como o dos contos de fadas. Vão adormecer com o piar dos mochos, e embalados pelo som do vento que fará cantar as folhas das árvores. E de manhã serão banhados pelos primeiros raios de sol, num jogo fresco de luz e sombra, e descobrir os sons do bosque nesse momento único em que a vida renasce.
Ela tem a certeza que esse dia virá! Resta saber se com o Pai, ou se como um sonho partilhado à cabeceira de um filho seu num dia em que for mãe.
(fotografia de la cabane en L'air - hotel em França)
Que maravilha de "sonho" e és de facto uma magnífica contadora de histórias.
ResponderEliminarBeijos