domingo, abril 22, 2018

Miguel Torga

(A procurar material para um trabalho que vou levar a um congresso na próxima semana. E vou-me perdendo, aqui e ali, o que acontece sempre quando me demoro na poesia)


Apelo

Porque
não vens agora, que te quero
E adias esta urgencia?
Prometes-me o futuro e eu desespero
O futuro é o disfarce da impotência....

Hoje, aqui, já, neste momento,
Ou nunca mais.
A sombra do alento é o desalento
O desejo o limite dos mortais.





4 comentários:

  1. Gostei mas olhando a foto aposto mais neste:

    Liberdade
    — Liberdade, que estais no céu…
    Rezava o padre-nosso que sabia,
    A pedir-te, humildemente,
    O pio de cada dia.
    Mas a tua bondade omnipotente
    Nem me ouvia.

    — Liberdade, que estais na terra…
    E a minha voz crescia
    De emoção.
    Mas um silêncio triste sepultava
    A fé que ressumava
    Da oração.

    Até que um dia, corajosamente,
    Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
    Saborear, enfim,
    O pão da minha fome.
    — Liberdade, que estais em mim,
    Santificado seja o vosso nome.

    ResponderEliminar
  2. A foto e o poema estão em perfeita sintonia.
    Boa semana

    ResponderEliminar
  3. Muito obrigada Fatyly!
    Um prazer ler!
    :)

    ResponderEliminar
  4. Boa semana Pedro Coimbra

    ResponderEliminar