quarta-feira, fevereiro 05, 2020

9/35 Simplesmente amigo...


Em Maio do ano passado um colega brasileiro, com quem tínhamos estado num congresso no Brasil, veio de férias a Portugal e acabámos por fazer uma manhã de trabalho + tarde de lazer aqui em casa. Convidamos um grupo bem simpático de psicodramatistas e inaugurámos as "lides psis" no meu doce lar! A única condição posta - haver uma guitarra para tocar à tarde!
O Luiz Contro, como forma de agradecimento pela cedência da casa ofereceu-me este livro.

Já o tinha folheado, mas hoje fez-me companhia.
Só hoje peguei no livro “Simplesmente amigo...” e o li do princípio ao fim.

Foi uma surpresa ler as histórias tão pessoais (e tão “normais”) de pessoas como a Zerka Moreno  ou o Dalmiro Bustos.
Vocês não saberão talvez, mas são monstros mundiais da psiquiatria e do psicodrama, autênticos mestres.
Ouvir as vozes que falam de tempos difíceis, de filhos longe, da solidão da velhice, dos amigos imaginários, dos amigos que acompanharam uma vida inteira...
Deliciei-me com a historia do Devanir Merengué, sobre uma idosa que decide retirar-se para os seus últimos anos, numa casa bem longe do reboliço da cidade no cimo de uma ravina, com um acesso de terra batida, e às tantas resolve convidar os amigos espalhados pelo mundo para uma festa em sua casa.
Fiquei a pensar em conceitos como o de “lugar amigo” que me fez tanto sentido é que vou guardar comigo.
Todos falando deste amor que se semeia e se faz crescer. Todos sabendo que a distância não obriga ao afastamento.
Todos tocando no que de mais simples, verdadeiro e expontâneo, há na alma humana, que procura vínculos e guarda essas flores raras e maravilhosas que são os amigos.
São pessoas habituadas à linguagem técnica, ao trato universitário, às palestras por todo o mundo, que aqui nos falam apenas com o coração (dito assim até parece lamechas, mas não é!)
Por isso...
...e por tudo mais que não escrevi...
Agradeço esta preciosa oferta!
❤️

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