sexta-feira, novembro 13, 2020

35/35 + 3 A vida mentirosa dos adultos

 


⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

Sentimentos contraditórios.

Para começar esta capa é horrorosa!!! Quem a terá escolhido?!? E a Relógio de Água costuma ter melhor gosto....

Nunca pegaria neste livro se não conhecesse a escrita de Elena Ferrante! E diz o povo com verdade: “Não se deve julgar o livro pela capa!”

Mais uma vez fiquei presa na escrita de EF. É forte, contagiante, amarra-nos. Os capítulos curtos e fluidos emaranham-nos numa narrativa com que rapidamente nos identificamos.

Mas traz-nos a perda da inocência. A descoberta de um mundo cheio de segredos e relações complexas. A desidialização do amor. A passagem da sexualidade infantil à sexualidade adulta.

Sempre no registo directo e despido de artifícios com que EF nos fala do feminino. Aqui não há princesas nem castelos encantados. Há uma realidade dura, e a descoberta inevitavelmente solitária do que é crescer.

A linguagem é muito semelhante à do coleção da “Amiga Genial”.  A adolescência mais uma vez brilhantemente retratada. Mas gostei mais deste!

6 comentários:

  1. Elante Ferrante – li as novelas Napolitanas. No final, não quis ler os outros livros dela. Brilhante, mas deprimentes (very raw!) se fosse ler uns atrás dos outros, como costumo fazer quando gosto muito de um autor.
    A capa deste da edição inglesa é menos feia que essa. Pela capa não compraria.

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    1. Eu cansei-me das Novelas Napolitanas... Li os 4 volumes mas com a sensação de que nunca mais acabavam.
      Gostei mais das "Cronicas do Mal de Amor" - que junta os 3 primeiros livros (curtos) dela.
      São ainda mais violentos - mas em doses reduzidas! :)
      Este é mais na linha das novelas, o resisto semelhante: a adolescencia, a diferença de classes, a descoberta do corpo e do feminino.

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  2. Acredito que seja um livro muito interessante de ler. O título é sugestivo.
    .
    Saudações poéticas

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    1. É.
      Às vezes tenho uma nostalgia do mundo mais simples da infância.

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  3. Nao conheço a autora mas acho que deve existir uma correlacso entre a historia e a imagem da capa, nao?

    Imagino logo uma jovem que se ve forcada a crescer e enfrentar problemas. Talbez ate com drogas.

    Nao acho a imagem feia. Mas mudava o lettering e talvez usasse letras de relevo. So que esse simples detalhe encaresse bastante a publicação. Se queremos comprar mais barato (e nao e nada barato o preco do livro em portugal, a meu ver) ja se sabe que a qualidade do papel e encardenacao nao sera muito nobre.

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    1. Haver haverá... alguma...
      Mas é exactamente essa associação que naturalmente fizeste que fica ao lado da história. Podia ser uma capa do "Viagem ao mundo da droga" ou de uma "Christiane F" mas este livro não tem nada a ver com isso. É uma leitura madura do processo de adolescer. Não a receita rápida do "o mundo é perigoso e as adolescentes são sugadas para uma vida paralela". Péssima capa mesmo!

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