quinta-feira, abril 22, 2021

8/40 - Na berma de nenhuma estrada e outros contos

 


Ter um livro na mesa de apoio do consultório é uma constante.
Às vezes fica quase abandonado, à espera de tempo ou de vontade.
Na verdade agora estão 3, 2 começados e um recém acabado - “Na berma de nenhuma estrada” de Mia Couto.
Este é um livro de contos. Compilados neste volume provenientes das mais diversas origens. 38 ao todo, publicados anteriormente em jornais e revistas.
Mia Couto é, a par de Eduardo Agualusa, um autor em que pego quando preciso de uma leitura mais mágica, pueril, fluida, que num registo onírico transforme o peso do mundo (do real, do amor, da morte) numa nuvem de aparentes primitivos e místicos olhares, prenhes de outros significados se os quisermos encontrar.
O “conto” não é a minha forma narrativa de eleição (embora sejam contos que eu escrevo...). Prefiro as histórias longamente contadas, onde podemos mergulhar, co-criar, espraiarmo-nos.
Não foi por isso um dos livros que mais terei gostado de Mia Couto.
Ficaram-me dois contos:
“Prenda de anos”
e
“Rosita” - escrito a propósito das cheias do rio Limpopo, em Março de 2000, descritas de uma forma poética mas ao mesmo tempo tão real. Rosita é o nome da menina que nasceu em cima de uma árvore nesse Março em que as águas e as lamas destruíram hectares.

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