O 3º da triologia de João Tordo.
Este versa sobre um período da vida fascinante, mas também dilacerante - a adolescência.
Este sim foi um livro mais "difícil"; talvez pelos ecos que fez em mim, ou pela luta tremenda, às vezes atroz, para encontrar esse caminho solitário que levará cada um à idade adulta.
Fala também de prisões, de grilhões, âncoras, que mantêm os personagens num tempo que já passou.
"Mas eu agora sei: os factos são emoções disfarçadas de eventos e, porque somos gente, porque somos frágeis, existem certas coisas que nos recusamos a sentir, porque, para as abarcarmos, precisaríamos de asas."
"Tu disseste-me uma vez que estavas apaixonada.
Sim.
A almofada morna contra o meu rosto fazia-me sentir protegido, sem vergonha de fazer perguntas.
Como é estar apaixonado?
Ouvi-a respirar fundo; o corpo dela fez os cobertores subirem lentamente e, depois, descerem outra vez.
É como voar.
Mas as pessoas não voam.
Certo.
E isso é bom?
Se calhar há pessoas que detestam sentir-se apaixonadas, explicou. A mim, às vezes, dá-me náuseas. Apetece-me vomitar. Noutras vezen, sinto uma dor tão grande que só quero que ela termine. E, ao mesmo tempo, faz-me sentir viva. Tão viva que é como se eu nunca tivesse existido antes.
Fez uma pausa e depois disse:
Não te consigo explicar. É impossível."
"O que é feito das coisas que se perdem todos os dias, os isqueiros e as caricas, onde vão parar as sombrinhas e os guarda-sóis e as luvas e os cachecóis, o que sucede as coisas que nos ficam pequenas, aos carros que morrem de velhos, aos tinteiros vazios, às canetas gastas, aos sapatos usadas, o que acontece ao amor quando envelhece ou definha ou é trocado pela indiferença?"
PS - a ler sim. Mas o meu preferido da triologia é "O paraíso segundo Lars D."
"Tu disseste-me uma vez que estavas apaixonada.
Sim.
A almofada morna contra o meu rosto fazia-me sentir protegido, sem vergonha de fazer perguntas.
Como é estar apaixonado?
Ouvi-a respirar fundo; o corpo dela fez os cobertores subirem lentamente e, depois, descerem outra vez.
É como voar.
Mas as pessoas não voam.
Certo.
E isso é bom?
Se calhar há pessoas que detestam sentir-se apaixonadas, explicou. A mim, às vezes, dá-me náuseas. Apetece-me vomitar. Noutras vezen, sinto uma dor tão grande que só quero que ela termine. E, ao mesmo tempo, faz-me sentir viva. Tão viva que é como se eu nunca tivesse existido antes.
Fez uma pausa e depois disse:
Não te consigo explicar. É impossível."
"O que é feito das coisas que se perdem todos os dias, os isqueiros e as caricas, onde vão parar as sombrinhas e os guarda-sóis e as luvas e os cachecóis, o que sucede as coisas que nos ficam pequenas, aos carros que morrem de velhos, aos tinteiros vazios, às canetas gastas, aos sapatos usadas, o que acontece ao amor quando envelhece ou definha ou é trocado pela indiferença?"
PS - a ler sim. Mas o meu preferido da triologia é "O paraíso segundo Lars D."
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