segunda-feira, novembro 18, 2019

Send in the clows

Este era um filme adiado.
O Mr Boop queria vê-lo e eu esperei umas semanas por uma oportunidade...
Acabei por ir vê-lo sozinha.

E percebi no final que foi melhor assim!
O filme é cheio de tristeza.
Não há um único momento da vida de Arthur em que experimente o que é ser feliz. Aquela sensação efémera sentida por qualquer um de nós. Rasgos de bem estar, ilusão de plenitude. Nada!
Há momentos de euforia. De mania. Não de felicidade.
É um mundo de angústia permanente.

Quando vou assim sozinha ao cinema, especialmente quando a sala está quase vazia, como hoje, acho que permito que o filme me toque mais.
Saí desamparada.
Encontrei-me com esse lado mais só é angustiado de mim mesma.
Um lado que não mostro a muita gente. Que não é bonito. Que tenho medo que não seja amável (passível de ser amado).
Há algo destrutivo (para comigo própria) dentro de mim que ficou mais presente à saída de uma sessão de cinema...
E a desesperança...
(Nada de preocupante ;) ou desconhecido, apenas não acessível a maior parte do tempo)

Acho que acabou por ser bom ir sozinha.
Não ter convidado ninguém.
E dar-me a oportunidade de mais uma vez entrar em contacto comigo própria!

Na verdade, acho que me habituei a ir ao cinema sozinha...

(E oiçam a música que é bem bonita)


6 comentários:

  1. A interpretação de Joaquin Phoenix é fenomenal!!

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  2. É o filme do Joker, não é? Não vi, nem quero ir ver, pois esse tipo de relato a mim inspira-me pena e injustiça, que me deprime imenso.

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  3. Pedro - é muito boa mesmo!
    Desde o próprio corpo emagrecido, até.......

    Calíope - como vês a mim também me deprime um bocado (mais do que deprime... não te sei traduzir onde uma mente psi chega na elaboração de afectos despoletados por este tipo de filme). Mas para mim era um filme que não poderia perder. Uma viagem quase gratuita a uma mente psicótica (paga-se com o bilhete e a carga emocional associada à temática) é coisa rara!

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  4. Sim, sim, li a angústia das tuas palavras.

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  5. Ainda não vi o filme, mas pessoas muito próximas de mim me falaram muito bem dele, minha irmã inclusive viu mais de uma vez. Quando eu morava em São Paulo eu costumava ir sozinho ao cinema, sempre gostei, às vezes até preferia ir sozinho mesmo. É muito bom quando saímos do cinema mais leves, mas também é bom, ainda que um tanto angustiante, quando outros tipos de filmes mais trágicos nos sacodem dessa maneira, deixam-nos como se estivéssemos momentaneamente sem chão. Um dos meus filmes preferidos se chama, aqui no Brasil, "A Excêntrica Família de Antônia", costumo indicá-lo quando me pedem alguma sugestão. Tu não pediste, mas de qualquer forma te deixo aqui a dica, talvez já tenhas visto, é uma produção holandesa, acho que em Portugal o filme foi intitulado "Antonia", da década de 90. Vale a pena assistir!

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  6. Achei a tua descrição sobre o Artur nunca ser feliz muito tocante. Também receei descobrir-me uma Artur... Quando quero recordar um "momento feliz" mas realmente, bom... Tenho tantos maus. Mas bons.... Se calhar também eu só tenho momentos de ilusão e rasgos de bem estar. Ilusões para suportar a dura realidade??

    Tudo o que de bom vivi, a felicidade que tenho, vem de dentro. Que é de onde ela deve vir sempre, em primeiro lugar. Mas de fora para dentro...
    Tristezas. Muitas. Muitas mais que o contrário.

    Enfim...
    Mas vamos afastar estes pensamentos de nós!

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