sábado, março 28, 2020

Crónica de uma manhã de sábado

28 de Março de 2020
É sábado de manhã. 10h43
A adolescente cá de casa acaba de acordar e ouço-a no andar de cima.
O Pê e o C estão lá fora a jogar.
Eu ocupo-me da roupa que há por passar (muita...).
Na cozinha há piano e picanha para por a assar na brasa.
E o dia está frio mas bonito.

Mas...
A televisão está ligada.
Os números, as medidas, os temores, e algumas, pouquíssimas, esperanças, preenchem o som da sala.
Por de lado as diferenças entre os partidos.
Garantir a unidade da UE
Itália - maior número de mortos por dia foi ontem.
Paris - finalmente perceberam que precisam ficar em casa.
EUA - general motors produzirão ventiladores
RU - primeiro chefe de estado contaminado
E as notícias continuam, e continuam....

Não é só a televisão ligada.
A inquietação não vem de fora
Habita-me a mim, como a qualquer um dos outros.
Sei que cada um cá em casa se preocupa na sua medida.
Pelo medo ou pela impotência, pelo desconhecido, pelo confinamento (e que sortudos somos por termos um jardim), pelos que não estão aqui e com quem podemos falar só por telefone.

A televisão continua na EuroNews covid-19, covid-19, covid-19...
“Reste à la maison!”
“Stay at Home!”

E nomes de países e números continuam a discorrer

Cá em casa...
Joga-se à bola.
Prepara-se um pequeno almoço tardio.
Passa-se a ferro.
(...)

E não estamos indiferentes, nenhum de nós, ao que se passa lá fora.


3 comentários:

  1. O Covia d'aconteceri
    As pessoas nas barracas
    E as cabeças a arderi.

    Desculpe a brincadeira, Boop, mas às vezes é preciso descarrar a tensão, mesmo que seja de forma estranha.

    Cuide-se!

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  2. Não dá para estar indiferente. Há algo muito mau que nos atormenta! Essa é que é essa! Poder estar em casa quase que é um privilégio, se bem me entendem!


    Beijos e um bom fim de semana.

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  3. Por muito que se queira não pensar no covid-19, a verdade é que, ele é falado em todos os canais de notícias. Umas pessoas apreciam, outras nem tanto. Penso que cada canal, repete, repete, repete e continua a repetir as minhas informações.

    Jo falassem nisso com pelo menos uma hora de intervalo - outro programa, um documentário por exemplo - não cansaria menos os ouvintes?

    Um Sábado feliz

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