segunda-feira, julho 07, 2014

Mãe e Psicanalista


O pequeno príncipe acordou mais uma vez durante a noite:
"Mãe, tive um pesadelo, posso contar-te?"
Desde pequeno que assim faz. Uma vez contado volta-se para o lado, e adormece (aparentemente) tranquilo.
É sabido que os sonhos são os guardiões do sono, e que os pesadelos são uma falha dessa função. 
Como não sou a Klein, não me ponho a analisar os sonhos/pesadelos dos meus filhos. 
Ofereço-me apenas como depositária da angústia, que uma vez expurgada, dá novamente lugar ao sono (qui ça ao sonho).

Agora... O que me faz pensar é no lugar dos representantes maternos. 
Surgem nos sonhos, mares, serpentes, lugares, assustadores, inquietastes, terríveis, equivalentes tão descaradamente maternos, que não posso fingir que não vejo. 
Muitas vezes a "mãe" como ele a conhece está no sonho mas acaba invariavelmente arrasada por "estes outros (perturbadores) maternos"...
Quem é essa mãe tão assustadora, na qual não me reconheço? 
;)

Não deixo de me (re)encantar com os mecanismos e processos do sonho!

2 comentários:

  1. Também não te sei dar a resposta certa porque também não me reconhecia e não me reconheço, mas acho apenas que mãe que é mãe é o "farol/porto de abrigo" dos filhos e neles existe o "medo" da perda e ou afastamento.

    Às minhas dava-lhes colo, ouvia-as, voltavam a adormecer. Mas pior era quando não sabiam contar e aí adormeciam agarradas a mim e na minha cama.


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  2. Bem gostaria de saber mais sobre essa forma velada de nos revelarmos!
    Beijinhos.

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