sábado, dezembro 26, 2015

Não há Natal como antigamente?

Ouvia o outro dia, que "o Natal nunca tinha voltado a saber a Natal depois da morte do avô."
Quem o dizia era uma mulher ainda jovem, mãe de uma criança de 5 anos, com os últimos dois anos marcados por experiências de vida muito difíceis.

Gerir perdas - especialmente em alturas em que o imaginário nos leva para o tempo em que o nosso mundo ainda não tinha mudado, em que ainda não tínhamos perdido ninguém e todos eram imortais - é uma tarefa nem sempre fácil.

Mas aquele avô, alma daqueles natais, tinha ele próprio lidado já com tantas perdas (avós, pais, irmãos), e ainda assim enchia de alegria e magia as consoadas da família.

Nunca sugerirei a ninguém que não valorize as suas dores, que apresse os seus lutos, ou ignore vazios deixados pelo desistir do sonho que com aquele alguém se acreditou que se podiam construir futuros.

Mas escolho, na maioria das vezes, olhar para os que estão presentes. Escolho cuidar como sei e posso daqueles de quem gosto. Dos mais óbvios àqueles que só eu sei o quão importantes são para mim.
Não sei ser "o avô" - a alma da festa  - esse lugar não é para todos.
Terei o meu lugar.



2 comentários:

  1. ha natais todos os anos, uns com prendas... outros com valores ... jajajaj

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  2. Que agradável surpresa Mixtu!
    Bem-vindo!
    (Não consegui comentar o teu blog...)

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