sexta-feira, agosto 05, 2016

mulheres de cinza

O Verão traz consigo tempo.
Para mim tempo para ler.

Li recentemente "Mulheres de Cinza" do Mia Couto.
E deixou-me uma impressão. Uma qualquer marca indelevel, não muito visível mas que permanece.
Algo infantil, ingénuo, talvez.
Mas deixou-me a pensar nas vidas que não se cumprem por causa da guerra.
Em como também eu, leitora/testemunha de vidas e amores me vejo impotente perante as mudanças radicais na vida dos protagonistas. Ao ler queremos que a história siga outro caminho, que a vida não se interrompa, que o horror não se intrometa no curso das histórias.
E a realidade é fria, não se compadece...
E a máquina avança sem pedir licença ou sequer fazer-se avisar.

Ao ler "Mulheres de Cinza" sinto que consigo tocar, muito ao de leve, uma realidade que me é totalmente alheia.
E não consigo (nem quero) evitar que pedaços desta história permaneçam em mim.
E que através da magia do Mia Couto me tenha sido apresentado um outro olhar sobre a guerra, sobre África e os africanos, e sobre as histórias.

3 comentários:

  1. Já li e veio vincar ainda mais essa dura realidade que vivi e que ficaram gravadas na alma para todo o sempre. Sinceramente, sinceramente comecei a ler outro de Mia Couto e desisti, porque sim!

    Falar, apoiar, dar, abraçar e sobretudo tentarem soluções de longe...é diferente, muito diferente do que se vive no terreno.

    Beijos

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  2. Olá, Boop,
    O verão dá-nos tempo, sem dúvida - mais uma razão para o amar =)
    E também amo Mia Couto - adoro ter seus escritos por perto: ler e reler, beber de sua escrita.
    Ainda não li esse, mas também lá chegarei.

    Boas férias.
    bjn amg

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  3. Agora a ler "Jerusalém" de Mia Couto também

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