sábado, janeiro 04, 2020

1/35 O Animal Moribundo


Achei-o um excelente livro pela crueza e verdade com que está escrito. Sem moralismo, sem pretender  ser “aprovado” na sua quase libertinagem. Por expor visceralmente o que é estar cativo de alguém, e por nos trazer o corpo como templo - de uma vida inteira, de expectativas, de desejos, de tormentos, o corpo que sendo veículo de prazer erótico e sexual, é também esta carcaça que envelhece e adoece, e que sempre, em qualquer circunstância, é instrumento por excelência de comunicação.

A sinopse:
David Kepesh tem cabelos brancos e mais de sessenta anos, é um eminente crítico cultural da TV e conferencista de grande mérito numa universidade de Nova Iorque, quando conhece Consuela Castillo, uma estudante bem-comportada e de boas maneiras, com vinte e quatro anos e filha de exilados cubanos ricos, que lança imediatamente a vida do professor num tumulto erótico.

Desde a revolução cultural dos anos 60, quando deixou a mulher e o filho, Kepesh experimentou viver aquilo a que chama uma "virilidade emancipada", fora do alcance da família ou de uma parceira. Ao longo dos anos refinou essa exuberante década de protesto e licenciosidade com uma vida ordenada em que é simultaneamente livre no mundo de Eros e estudiosamente dedicado na sua actividade estética. Mas a juventude e a beleza de Consuela, "uma obra-prima de volupté", transtornam-no por completo e uma enlouquecedora possessividade sexual transporta-o aos abismos do ciúme deformador. A despreocupada aventura erótica evolui ao longo de oito anos para uma história de cruel perda.

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