domingo, agosto 23, 2020

Debaixo do grande Pinheiro manso


 São 7h15.

O sol já há muito se levantou, mas o mundo tem ainda a calma dos adormecidos.

Trago comigo um livro (o que não será estranho para quem me lê) e venho deitar-me na rede por baixo do grande Pinheiro Manso.

No céu não há nuvens que denunciem ventos, está de um azul turquesa límpido, qual fundo harmonioso para o verde resplandecente das agulhas do Pinheiro onde incidem os primeiros raios do astro rei.

Mais uma vez tenho pena de não saber mais sobre o canto dos pássaros. Oiço as rolas, e outros piares que não identifico. Um melro pousa no campo em frente buscando o seu pequeno almoço, e andorinhas cruzam o céu de vez em quando. Hoje não se ouve o pica-pau, que este ano não vi, mas cujo som me chega tantas vezes distinto e sincopado. Um bater de asas aqui e ali faz-me levantar os olhos.

Sei das cegonhas a uns 4 km daqui mas é raro vê-las cruzar o meu céu.

Hoje é Domingo, e por isso ao som dos pássaros juntam-se os ecos graves e abafados dos tiros. É dia de caça. Os “meus” pássaros parecem não se incomodar. Ou talvez os seus chilreios sejam notícias dos caçadores, mas não creio.

São assim as minhas manhãs.

4 comentários:

  1. Oh que maravilha de publicação! Humm
    *
    Caminhar seguro...
    .
    Beijo e um Domingo

    ResponderEliminar
  2. Estar numa rede e debaixo de um pinheiro com esse cheirinho agradável... é o paraíso!

    ResponderEliminar
  3. O paraíso é estragado pela caça.
    Nunca percebi tal coisa.
    Deve ser defeito meu.
    Boa semana

    ResponderEliminar