Leitura fluida.
(Há muito tempo não lia em português do Brasil)
Conta na primeira pessoa a história de tantos escravos anónimos que fizeram com que o vasto território brasileiro pudesse ser domado, trabalhado, e amado.
Amado não pelos “senhores” das grandes fazendas, mas por quem deu a vida às terras, às chuvas, aos rios, às alfaias.
E como é de amor (dorido, sofrido, agastado - não de amor romântico) que a história dos homens é feita. Amor e ódio, e revolta, e sonho, e magia.
Também nos fala da origem dos quilombolas - do direito à dignidade e ao futuro - traduzido no direito a umas paredes e um tecto.
“Torto arado” o título muito bem escolhido, está relacionado com uma das personagens desta história/viagem - se um livro não nos prende com as suas personagens… de nada serve.
Para mim teve um senão… sendo uma história muito bem contada e sólida, não permitiu em mim uma identificação, talvez pela distância relativa da minha história pessoal às histórias das personagens principais.
Abordar o tema da escravatura, da posse sobre o outro, da conquista de voz num país em que o negro é mão de obra barata, não deve ser tarefa fácil. Mas é neste livro bem conseguida!
Boa dica!
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