“Afirma Pereira” - a adaptação a novela gráfica do romance homónimo de Antonio Tabucchi.
Um livro sobre a censura e a repressão. Sobre a violência policial. Sobre a sobrevivência sob a proteção do regime.
Mas também sobre a tentativa de se ser apolitico num mundo em que a voz é roubada.
Afirma Pereira (sobre)vive anos a fio sem se posicionar perante o que vê acontecer à sua volta. Preso num luto difícil vai-se anulando enquanto sujeito desejante. A morte, ou a ideia da morte, torna-se companhia frequente numa busca difusa de um sentido para a vida. É por aqui que entra em contacto com um jovem casal, que se vem a revelar revolucionário, e o nosso “herói deprimido” vê a pouco e pouco surgir a sua faceta humanista.
Ao mesmo tempo que assistimos ao “acordar” deste bom homem, esta versão gráfica traz-nos uma Lisboa que já não sendo igual é tão facilmente reconhecível. Nas suas cores e na sua luz, no seu traço melancólico das vielas e dos cafés. No Tejo sempre à espreita. As tonalidades sóbrias e escuras, utilizadas para reforçar o ambiente de censura e medo vivido à época, contrastam com a força do azul do céu. Como quem sabe que alguma luz surgirá, esperança sustentada enquanto houver homens de bom coração.
Não fiquei fã do traço.
Outras novelas gráficas que por aqui têm passado têm sido mais interessantes.
SINOPSE
“Afirma Pereira é um romance existencial decididamente optimista."
Antonio Tabucchi Obra emblemática sobre a resistência contra o totalitarismo e a censura, Afirma Pereira conta a progressiva tomada de consciência de um homem contra a ditadura, aqui contada numa adaptação gráfica profunda, imbuída de uma notável expressividade e dinamismo no seu desenho. Um verdadeiro retrato duplo: o de um homem cheio de sensibilidade humanista, e o de uma Lisboa ao mesmo tempo plena de cor e de melancolia.
Acredito que seja um livro que prende o/a leitor/a a cada página.
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Cumprimentos cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Nunca fui grande fã, confesso.
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