Magnífico.
Curiosamente o que mais gostei neste livro não foi exactamente a história narrada do que aconteceu naquelas 24 h. Facto que provavelmente não tem nada de curioso, na verdade, não é esse o mote do livro.
Há algo muito maior do que isso. É um livro sobre a pulsão, sobre a paixão, sobre a descoberta. Mas acima de tudo sobre a tolerância, sobre a aceitação. Explora o que há de irracional nos actos humanos. De passional.
Traz a questão de como a “verdade” sobre o próprio se valida na partilha. De como nos descobrimos quando nos obrigamos a encontrar as palavras que nos permitem comunicarmo-nos a outrem. Que esse passo de mágica que faz com que um interlocutor seja válido e outro não, vem da intuição, de um encontro qualquer entre a necessidade do próprio e a disponibilidade do outro.
Que para a verdade, como para o amor (ou talvez aqui se fale de paixão), a única coisa necessária é um acto de fé, um salto no escuro, uma força irracional. Só com um acto assim tresloucado, alguém se coloca à mercê de outro alguém, e entrega toda a sua fragilidade, saindo às vezes desfeito da contenda.
Um livro onde há a tentativa da “amoralidade” - ainda mais delicioso por ter sido escrito em 1927 - e o reconhecimento do humano, da sua força e da sua fragilidade.
SINOPSE
Numa respeitável pensão familiar na Côte d’Azur, no início do século XX, ocorre um escândalo. Madame Henriette, esposa de um dos hóspedes, foge com um jovem que ali passara apenas um dia.
Todos se unem na condenação da imoralidade de Madame Henriette. Só o narrador, com a ajuda de uma idosa dama inglesa, procura compreender o que se passou. Será ela a explicar-lhe, numa longa conversa, as apaixonadas recordações que este episódio lhe suscitou.
11/13
88
15,3 x 23,3 cms
Capa Mole
168 gr
Porque uma das minhas leitoras me tinha recomendado esse livro, requisitei-o da biblioteca. Só o tinham em papel. Quando o tirei da estante até pensei que me tinha enganado no livro devido à sua leveza. Habituada a ler livros de centenas e centenas de páginas, deparei-me com um com 93 páginas apenas. Pensei... vou ler isto numa noite. Os dias foram passando, outros livros tiveram que ser lidos primeiro e acabei por ter que o devolver na semana passada sem o ler. Fiquei de novo com curiosidade, e quando regressar de férias lá o vou requisitar de novo.
ResponderEliminarprova de que nada do que se faz é novo... já tudo foi escrito e inventado!
ResponderEliminarmuito boa a tua observação, fiquei com vontade de o ler
Acredito que seja um livro super interessante de ler.
ResponderEliminar.
Saudações cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Registo a sugestão e vou procurar.
ResponderEliminarBoa semana
Olha, também fiquei com vontade de ler. Eis aqui o filme que vi sobre Stefan Zweig:
ResponderEliminarhttps://www.imdb.com/title/tt3397160/
E a Schachnouvelle: https://www.fnac.pt/Novela-de-Xadrez-Stefan-Zweig/a1032122 (assim de repente o único livro que li inteirinho em alemão)
Gostei dos dois.
boas leitoras
ResponderEliminarStefan Zweig, em fuga ao nazismo, suecidou-se, com a mulher no Brasil.
não pode falar-se de "cultura europeia" sem evocar o seu nome
abraço
Este li ha muitos anos :) !
ResponderEliminarBoa Páscoa para Ti e para os Teus !