Há datas estranhas que parecem não fazer parte do calendário.
Momentos disruptivos em que a nossa história teve algo de inexplicável e inabarcável.
Não que a ciência (qualquer uma delas) não tenha uma leitura exacta sobre os factos. É na nossa cabeça que não cabe a experiência. Não temos como integra-la, normaliza-la, torná-la manuseavél.
Hoje é dia de um desses aniversários.
Um ano
À força do dever fomos (fui eu puxando a ponta da meada) aqui e ali falando do inominável.
Sem quase tocar a angústia tremenda que na altura me (nos) esmagou.
A tênue linha entre o ser e o não existir.
A omnipotência protectora que nos inventa eternos derrotada sem clemência.
Mas estou aqui hoje.
Num ano que ganhei como se ganhasse a lotaria, de tão imprevisível e aleatório ser o nosso estar ou não estar.
Quero estar muitos mais.
Viver, sentir, tocar, amar, sofrer, pensar, ... e conversar, aprender, partilhar, ...
Tenho futuro!
Por muito efêmero que tenha aprendido que é o "futuro".
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