sábado, junho 04, 2022

Lá vai o Mr Boop

Há 101 dias neste longe tão perto iniciou-se uma guerra. A imponente Rússia frente à resistente Ucrânia. Milhares de homens e mulheres que se viram obrigados a pegar em armas e a militarizarem o seu dia a dia. E os refugiados que numa torrente continua tentam escapar dos horrores terríficos e inomináveis. Ambos russos e ucranianos, soldados ou refugiados, jovens ou idosos, viram a sua existência revirada. É agora terreno fértil de medos, pesadelos, lutos, dores, angústia e morte. Não há descrição possível para a guerra. Principalmente para quem, como eu, nunca a sentiu na pele, nas entranhas, no olfacto, no paladar…

Nem creio que exista alguma guerra justa, limpa, sem “crimes de guerra”, sem ser fonte de traumas individuais e colectivos, que não se inscreva na história pessoal, nacional e universal como ensinamento de desconfiança, de desesperança, de desmembramento.

Esta guerra terá muito de semelhante a outras guerras. Tem a grande diferença de ser televisionada, uma ameaça à integridade europeia é naturalmente pornograficamente explorada. Temos histórias de dor, histórias de amor, e uma solicitação muito premente de nos posicionarmos. Toda a gente tem aparentemente uma opinião formada e não se coíbe de a partilhar.

Desde o primeiro dia o Mr Boop diz: “devia lá estar!” E…

Foi!

Que faça a diferença. Não na resolução do conflito, nem na estratégia política-militar, mas nas vidas com que se cruze, nos pequenos gestos de perícia mas também de amor com que se dedica à medicina e ao próximo.

Bem haja!

Cá o esperamos de volta




4 comentários:

  1. É uma atitude generosa, grandiosa e corajosa. Imagino que além de cheia de orgulho também fiques de coração nas mãos. Boa sorte!

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  2. Que volte tal como foi, mas de certo com mais experiência, mais decepcionado com os meandros dos conflitos sem razão de existir...

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  3. Tomara eu e muitos como eu, brancos pretos e mestiços tivéssemos mais um Mr Boop "porque sentimos na pele, nas entranhas, no olfato, no paladar, sei a cor da fome e o dantesco ribombar, daí não gostar ainda hoje de fogo de artificio e foguetes.
    Uma vez por semana fazia voluntariado no hospital militar e deixei quando casei para nascer a minha filha mais velha e meia-hora depois um morteiro rebentou com uma ala do hospital...fugimos com os nossos bebés. foram dois anos e meio e se me dissessem que chegaria aos 71 anos, com duas filhas, dois genros e quatro netos eu não acreditaria.
    Que todos os deuses protejam o MR Boom e tenho a certeza absoluta que virá bem e com a frase: missão cumprida.
    Abraço-te como sempre te abracei nas várias "idas" que ele já fez.
    Beijocas

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  4. Com a devida vénia, faço minhas as palavras da Catarina.
    Beijocas

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